sábado, 10 de outubro de 2009

Não é difícil de adivinhar....

Muito bem apanhado este ex-ministro e ex-vereador da CML.
No Ministério da Cultura( diga-se: da coltura...) teve obra de menção quando mandou fazer a cag.... real, ou seja aquele caríssimo espaço para um WC privado no Palácio da Ajuda.
Candidato muito activo em tudo quanto serviria de «trampolim» para alcançar os poleiros.
Acompanhado da Madame Bárbara Vimaranes não se furtava a arruadas eleitoralistas para «catar» o voto ao povo.
Na CML, como não foi presidente, o lugar de vereador não lhe servia, as faltas acumulavam-se, até que deixou o lugar.

Agora na UNESCO lança-se no projecto da promoção do Fado a património mundial.
Já Santana Lopes enveredou pelo mesmo.
Populismo a quanto obrigas...
Meia dúzia de oportunistas esperam como os gatos que andam de boca aberta para lhe darem um carapau...
Os outros... que apanhem as espinhas!
Adm. do Blogue

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Fados negros e negros fados!




Há quem procure e não ache...

Eu sem procurar achei!

Há quem roube e não vá preso...

Eu fui preso e não roubei!!!


( De tradição oral no Fado Vadio)

Mais... perplexidades!

Um operário leal nunca é levado,
com falas de caixeiros-viajantes…
nem se deixa levar por um pedante
que o quer fazer banana
um operário leal nunca se engana.

Excerto do Fado do operário leal, em tempos cantado por Fernando Tordo.

4ª estrofe dos verso de Carlos Ary dos Santos.
Música de Fernando Tordo.

A azeitona já está preta…
Já se pode armar aos tordos


(Cantiga do folclore beirão)

O "segundo marido da viúva"...


Uma substituição pessoal é sempre motivo de alguma apreensão seja qual for a função a exercer, embora por vezes, e em certas circunstâncias, se obtenham resultados mais positivos com a funcionalidade do substituto, quando os recursos disponíveis agradam às partes interessadas.
Em todas as profissões o caso é complicado mas complica-se mais ainda nas actividades ligadas ao espectáculo por razões óbvias.
O desconhecimento do guião, a inexistência dos prévios ensaios, o meio envolvente, enfim; é, por vezes, «estar-se no mato sem cachorro»!
Nos retiros de fado, onde a afinidade entre artistas chega a ser mais próxima com os residentes, os «plins» do guitarrista Horácio podem, naturalmente, ser diferentes dos «plins» do guitarrista Anastácio…
Aqui o Horácio sente-se o «segundo marido da viúva» …
Considerando que a interpretação, apesar de subjectiva, tem formas diferentes de expor o tema, ornamentar, dialogar, improvisar, respeitando a linha melódica, a quadratura rítmica e proporcionando um adequado suporte harmónico, poderemos concluir racionalmente que apenas existe uma diferença pessoal.
Parafraseando os «slogans» em voga: todos diferentes, todos iguais!
Algo nos pode intrigar se tivermos imaginação e são humor:
Porque será que as fadistas insistem tanto nas vestes de negra cor?

Joseph

sábado, 3 de outubro de 2009

Cantas bem mas não me alegras...

Para o cantador mor…

Quando não é preciso cantar, cantas…

Quando é preciso cantar , não cantas…


Agora “quem tas canta sou eu"...

Extrato dos Livros do Astérix

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O munícipe lisboeta pagará, bem caro, a festança!




Num período de crise, o «engagement» vem mesmo a calhar e o que é preciso é fazer como os três macacos e dizer:

-Oh Abreu dá cá o meu...
(Comentário deste Blogue sobre a notícia publicada infra)


Sérgio Godinho, José Cid entre dezenas de artistas em concerto de apoio a António Costa
Um espectáculo no Coliseu de Lisboa a 30 de Setembro vai reunir em torno da candidatura de António Costa (PS) à autarquia de Lisboa dezenas de artistas, entre os quais Carlos do Carmo, Sérgio Goginho e José Cid.


O cartaz é heterogéneo, contando também com Zé Pedro e Kalu, dos Xutos e Pontapés, os ex-Trovante João Gil e Luís Represas, os fadistas Camané, Cristina Branco e Mafalda Arnauth e os pianistas Bernardo Sassetti, Mário Laginha, Gabriela Canavilhas e António Rosado.
Fonte da candidatura socialista disse à Lusa que estão igualmente confirmados Carlos Martins, Pedro Jóia, Armando Teixeira, dos Balla, Manuel Paulo e Nancy Vieira, Ciganos D'Ouro, Nigga Poison, André Cabaço, Cacique 97 e Faith Gospel Choir.
António Costa estará com os artistas num jantar que decorrerá no próprio Coliseu.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

As origens do Fado.


As Origens do FADO
como Expressão Musical

Se já leram mais de 60 livros sobre este delicado assunto, de certeza que têm a noção de que vou falar de um assunto polémico. Se são estudiosos da matéria, nalguns pontos de certeza que estaremos em discórdia. Mas quando se investiga um determinado assunto criamos dentro de nós um conceito sobre a matéria estudada. Não sou detentor da verdade pura, mas sou contra as burrices de ideologias não fundamentadas.
Falar de FADO é ler e reler as diversas opiniões, mastigá-las bem, dar sete voltas à língua... botar faladura e seja o que Deus quiser. Qualquer que tenha sido a origem do FADO a opinião de Alberto Pimentel, para mim, é a mais credível. No seu livro "Triste Canção do Sul" ele é bem claro nas suas investigações. Luís de Camões, na sua epopeia "Os Lusíadas" utiliza 18 vezes a palavra fado. É precisamente aqui que o leitor menos atento começa por ter conceitos errados sobre a origem do FADO.
A palavra fado é uma coisa e FADO, como expressão musical, é outra. A comprovar esta afirmação está o estudo feito, por Alberto Pimentel, da literatura portuguesa do século XVI, XVII e século XVIII. Tinop não partilha da mesma opinião. Vislumbra no FADO uma origem marítima. É pouco provável. Sendo Portugal um país com tão grande extensão marítima, O FADO teria aparecido em diversos pontos de Portugal, levado por marinheiros e constaria dos arquivos e diários de bordo, por exemplo na Ponta de Sagres, onde existiu a Escola Náutica. Outra opinião não fundamentada é a visualização de semelhanças entre o FADO e o Lundum, dança de umbigada africana. Se assim o fosse, mais uma vez ele teria sido levado para outros pontos e não teria ficado circunscrito à zona de Lisboa.
Estabelecer uma ligação directa do FADO com a nostalgia das Mornas, com o Tango argentino, com as Festas de S. João de Braga ou com a solidão de um marinheiro no alto mar, implicaria que o mesmo tivesse aparecido no pulsar de outros povos de culturas bem diferenciadas da portuguesa. Que os portugueses de agora possam saborear o FADO em diversos pontos do nosso território, não faz do FADO a canção nacional.
Cada província portuguesa tem maneiras de estar de cantar e de sentir bem distintas. Retomando as ideias de Alberto Pimentel, primeiro nasceu o homem e depois a expressão musical. Isto é, primeiro nasceu o fadista e depois o FADO. Mas o primeiro fadista não cantava. A ele eram encomendados, por ser destro no manejo da navalha, o fado de muita gente. Esta personagem aparece com toda a lógica com a instabilidade do país, aquando da fuga da família real para o Brasil. Napoleão Bonaparte decreta o Bloqueio Continental e Portugal vê-se evadido e saqueado pelas tropas Napoleónicas. As ruas mal iluminadas e as casas, de gente endinheirada, abandonadas aguçam o apetite à mão do alheio. Um país saqueado tem fome, e casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. As vinganças e os ajustes de contas fazem aparecer no nosso país esta personagem de melenas compridas que encobriam a sua face, o juiz de todas as discórdias.
O fadista era temido por tudo e por todos, gabando-se, nas tascas mal iluminadas, dos seus feitos heróicos. É bem provável que nas sua visitas a casas de pessoas endinheiradas, que acompanharam a fuga da família real para o Brasil, ele tenha descoberto a Guitarra Portuguesa e na sua companhia comece por cantar as suas proezas.
A Guitarra Portuguesa que encontra os seus primeiros adeptos no Porto tem a sua origem próxima num instrumento inglês chamado Cistre (não confundir com Sistro, forquilha de madeira com soalhas de metal - da família dos Chincalhos), que entra pela Barra do Douro onde atracavam os barcos que faziam as trocas comerciais com os ingleses.
O Mestre de Capela do Porto António da Silva Leite, devido ao entusiasmo crescente por este instrumento, nacionaliza-o e escreve um estudo para Guitarra, dedicado a Dona Antónia Magdalena e coloca-o à venda 1200 réis, no dia 15 de Março de 1796. As músicas propostas por este estudioso são Minuetes, Marchas, Alegros e Contradanças.
Neste estudo de Guitarra não consta qualquer referência a nenhuma expressão musical que tenha a ver com FADO. Se o mesmo já existisse, também ele deveria ter sido contemplado por este professor de música. Só a partir desta data, a palavra Guitarra passa a pertencer ao vocabulário português.
De salientar a importância de um outro Método datado de 1789, escrito por Paixão Ribeiro para Viola de Arame de 12 cordas e 5 ordens com o título "A Nobre Arte da Viola". A Guitarra de Silva Leite só tinha 10 cordas, as 4 primeiras ordens duplas e as restantes singelas (utilizava a afinação natural - do agudo para o grave Sol, Mi, Dó, Sol, Mi, Dó) pela análise destes documentos podemos afirmar que a Guitarra nasceu sem conhecer o fado.
Parabéns ao nosso amigo e "colega do ramo", José Lúcio, como muito bem diz o nosso companheiro Sebastião Pinto Varela, pelo excelente trabalho apresentado.

A chamada guitarra portuguesa.

Apresentamos nesta página um excelente trabalho de investigação, do estudioso musicólogo José Lúcio, que merece toda a nossa admiração porque sustenta uma tese histórica e científica.
A GUITARRA E O FADO

A palavra GUITARRA, não identifica nenhum instrumento em especial, excepto se a localizar temporalmente e geograficamente. Cada país tem a sua guitarra. Se for a Espanha comprar uma " guitarra ", o empregado traz-lhe uma viola. Já agora, quando é que será, que a rapaziada passa a chamar às "guitarras eléctricas de violas eléctricas, às guitarra de Folk violas de Folk e os cursos de guitarra clássica, passam a ter o nome correcto de viola dedilhada.
Mas, como terá aparecido no vocabulário musical a palavra GUITARRA e especificamente em Portugal.
A palavra GUITARRA, sem especificar a que tipo de guitarra no referimos, tem a sua origem etimológica na língua Grega, "Kythara", que os latinos transformam em "Cithara".
Dentro da mitologia existem, várias lendas sobres a origem desta palavra:
A palavra GUITARRA, proveio de " CYTHERON " , nome de uma montanha habitada por musas.
Do antigo nome " CYTHARA ", nome de ilha grega - CERIGO , paraíso da poesia e do amor, onde existe um templo dedicado a Vénus.
Atribui-se a invenção de um cordofone, um mouro/espanhol, que viveu na idade média de nome AL-GUITAR.
Pela análise e leitura comparada, de vários documentos que abordam este assunto, é tido como certo a existência de dois tipos de guitarras, na Península Ibérica, na Idade Média: a Guitarra Mourisca e a Guitarra Latina. A primeira de forma ovalada, a segunda com enfraque, isto é, em feitio de oito.
Se puder e tiver paciência para isso, consulte o livro de Juan Bermudo, "Declaracion de Instrumentos Musicales" publicado em 1555, que se encontra na Biblioteca Nacional de Paris (está escrito em Espanhol do séc. XVI e existe uma edição fac-similada na Biblioteca Nacional de Lisboa).
Ainda hoje, muitas são as pessoas que confundem viola com guitarra. A confusão, está na pouca identidade da cultura musical Portuguesa. Muitos são os professores que dão "as aulas de guitarra clássica" quando o instrumento que ensinam, se chama de viola ou violão, em Português.
Para os mais cépticos, consultar o dicionário de música, de Thomaz Borba.
Musicólogos atentos estudaram, a terminologia utilizada pelos escritores Portugueses, chegando a conclusão, que se a palavra VIOLA já era utilizada no século XV e, a palavra GUITARRA só é utilizada no século XVIII. Tem a sua lógica, porque é nesse século que a Guitarra Portuguesa, corta o seu cordão umbilical. Não como os mais saudosistas pretendem, ter estado presente em Alcácer-Quibir, batalha no norte de África onde D. Sebastião perdeu a vida, ou talvez não, em 5 de Agosto de 1578. Segundo as crónicas do frade francês Caveral, os portugueses teriam deixado ficar no campo de batalha, 10.000 guitarras. Quem analisou este documento e o traduziu para português, não teve o cuidado de traduzir a palavra "guiterne" para Viola. Assim, tendo em conta a veracidade dos documentos analisados, poderei afirmar que primeiro apareceu a Guitarra Portuguesa (final do século XVIII), só depois aparece o FADO (como expressão musical).
Portugal é um País muito rico, nos diversos Cordofones que apresenta. Assim, além do Violão tradicional de 6 cordas, companheiro das Fadistices da Guitarra Portuguesa, existem várias violas de arame, com características bem definidas:
A Viola Amarantina (Amarante), Viola Braguesa (Braga), Viola Beiroa (Castelo Branco), Viola Toeira (Coimbra), Viola Campaniça (Alentejo), Viola de Arame (Madeira ), Viola da Terra (S. Miguel, Açores) e Violas de 15 e 18 ordens da Terceira (Açores).
Cada um destes instrumentos, tem uma afinação própria, um determinado número de cordas, enfim uma personalidade enraizada, por mãos calejadas, que os tocam com a sabedoria adquirida ao longo de gerações. Só porque são do povo e não do ambiente clássico, ninguém tem o direito de os destruir.
Gosta que lhe troquem o nome, ou o façam passar por outra pessoa?
Apesar da Guitarra Portuguesa ser um bocadinho mais velha que o FADO, não me diga que estes assuntos não são cativantes.

Recomendo-lhe o livro de Armando Simões, A GUITARRA bosquejo histórico (1974).


http://http://www.jose-lucio.com/Pagina2Fado/Guitarra%20e%20Fado.htm

sábado, 11 de julho de 2009

Perplexidades!


O “Charmoso,” como é conhecido Carlos do Carmo no meio fadista mais popular, resolveu apoiar o Dr. António Costa na campanha eleitoral e, pelos vistos, será o seu mandatário.
Alega para tal acto político, de opção e representação, a integridade do actual Presidente da CML, António Costa, fazendo-nos crer que a virtude da seriedade é exclusivamente subjectiva, querendo convencer-nos, a todos, que se esgotaram as pessoas sérias que, com ética, estão na política em Portugal e são dignos de passar pela “PORTA QUE ABRIL ABRIU”, distantes e ausentes da corrupção, do nepotismo e compadrio, que domina a cena do poder político instalado nas diversas instituições, e que são, presentemente, objecto de acções judiciais.




Valerá a pena recordar,TUDO VALE A PENA QUANDO A ALMA NÃO É PEQUENA, a 2ª estrofe do fado «O Amarelo da Carris», com letra de JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS ,com música José Luís Tinoco e com direcção musical do Prof. Martinho D’Assunção...

O Amarelo da Carris
Já teve um avô outrora
Que era o “chora”
Teve um pai americano
Foi inglês por muito ano
Só é português agora
!


Um marco indelével na Revolução Democrática e Nacional iniciada em 25 de Abril de 1974.




Quando não há coerência poderão suceder estas e outras desagradáveis surpresas, e factos, que deixam os democratas progressistas na mais obscura das perplexidades.



Com todo o respeito que nos merecem os artistas com verticalidade e postura íntegra, com a cerviz erecta, achamos que o «ironista» movimenta-se como se estivesse num palco, vivendo ao sabor do destino, ou do acaso, representando todos os papéis sem se prender a qualquer deles.

O espectro cromático das inclinações políticas e ideológicas de certos indivíduos vai do amarelo ao castanho com a maior das facilidades.




Custa-nos acreditar que neste caso isso possa acontecer.







Joseph

sábado, 4 de julho de 2009

Poesia em figuras!

Aguarela de Lisboa

Arte na rua!

Exposição de Arte na Rua Augusta em Lisboa

Curiosidades!


Se, por acaso, ouvir falar em «mesa de frades» não vá imaginar que se trata de alguma confraria ou irmandade...


Esqueça-se da frase proverbial que diz : "a ordem é rica e os frades são poucos"...

*****

Ao Fado tudo se canta!

Ao Fado tudo se diz...

No cristal duma garganta,

Vive a alma dum País!

***

Os fadistas e os guitarristas são geralmente conhecidos pelos seus nomes; patronímicos ou gentílicos, por apelidos ou alcunhas.

Todavia há parelhas de guitarristas conhecidas pela sua afinidade familiar.

Assim, há uma parelha de guitarristas conhecida por:«Pai & Filho»!

Poderão imaginar que algo está incompleto.

Sem dúvida:

Existe o Beco do Espírito Santo que fica em Alfama, a seguir ao Largo do Chafariz de Dentro e uma agência de um banco com o mesmo nome perto do Beco do Melo.

Mas, também há por aí, como se sabe, muito «espírito santo de orelha»!



Não haja confusões...



Joseph

sexta-feira, 3 de julho de 2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Coentros e rabanetes...não vão à mesa do rei!

Publicado em:Rotas & destinos-Maio de 2009
(Clique na imagem)

O requinte manifestado nos gostos, nas preferências, nos critérios de escolha ou rejeição, poderá caracterizar o indivíduo, artista ou não, sendo perfeitamente dispensável qualquer tipo de discussão sobre assuntos que poderemos considerar de natureza pessoalíssima.
Na esfera social do «estrelato» programam-se atributos e acessórios possíveis e necessários para quem se propõe ser um «único a alcançar a meta»!
As referências às origens, ou raízes, não são aqui obrigatoriamente imprescindíveis.
Há fenómenos que acontecem na mundanidade, e os artistas, seguramente também os fadistas, não ficam imunes aos esquemas que o sistema tece sobretudo quando é preciso moldar uma identidade adequada aos fins que prosseguem.
Causa-nos surpreendente estranheza o facto de o artista entrevistado sugerir, ou recomendar, três restaurantes em Lisboa, com a indicação dos nomes, moradas e números de telefone (para ver, p. f., clicar na figura) sabendo que num universo de mais de meia centena de “casas típicas de Fado”, só em Lisboa, algumas delas credenciadas há mais de meio século, por prestigiadas entidades nacionais e estrangeiras, onde trabalham artistas intérpretes de inegável valor que não deixam os seus créditos por mãos alheias…
Para além de uma publicidade gratuita, para não dizer enganosa, é posta em causa a credibilidade desses estabelecimentos e dos seus elencos de artistas e poderemos de certo modo inferir que não é muito sensato tentar marginalizar e excluir tantos e bons “obreiros” de uma actividade de cultura popular portuguesa conjugada com os primores da nossa gastronomia.
O Fado foi, é e será, dados os requisitos que lhe estão subjacentes, em ambiente de silêncio e pouca luz, espectáculo singular e uma questão de apreciação indiscutivelmente subjectiva.


Joseph

domingo, 28 de junho de 2009

Galeão "Botafogo"!


Os feitos gloriosos da tripulação deste galeão são tão extraordinários que perpetuaram-se nas páginas gloriosas da nossa História e são uma referência destacada no Brasil onde o futebol marca presença com o Botafogo Football Club que surgiu da fusão com o mais antigo clube:
O Botafogo Futebol e Regatas.
J.F.

Teatro do Mundo!

"Poema da malta das naus"

Lancei ao mar um madeiro,
espetei-lhe um pau e um lençol.
Com palpite marinheiro
medi a altura do Sol.

Deu-me o vento de feição,
levou-me ao cabo do mundo.
pelote de vagabundo,
rebotalho de gibão.

Dormi no dorso das vagas,
pasmei na orla das prais
arreneguei, roguei pragas,
mordi peloiros e zagaias.

Chamusquei o pêlo hirsuto,
tive o corpo em chagas vivas,
estalaram-me a gengivas,
apodreci de escorbuto.

Com a mão esquerda benzi-me,
com a direita esganei.
Mil vezes no chão, bati-me,
outras mil me levantei.

Meu riso de dentes podres
ecoou nas sete partidas.
Fundei cidades e vidas,
rompi as arcas e os odres.

Tremi no escuro da selva,
alambique de suores.
Estendi na areia e na relva
mulheres de todas as cores.

Moldei as chaves do mundo
a que outros chamaram seu,
mas quem mergulhou no fundo
do sonho, esse, fui eu.

O meu sabor é diferente.
Provo-me e saibo-me a sal.
Não se nasce impunemente
nas praias de Portugal.

António Gedeão in "Teatro do Mundo", 1958

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Arte na areia!


Estamos a chegar ao fim do mês de Junho.
Iniciámos o tão desejado Verão ao ritmo rigoroso das quatro estações do Ano e que, no hemisfério onde nos encontramos, cumpre-se com mais ou menos desvios de ordem climática, estes talvez agravados pela caótica situação provocada pelos excessos da poluição generalizada e sem controlo.
Estas antecipadas ondas de calor, com um número significativo de «feriados» e «pontes», motivaram gente e proporcionaram umas «mini-férias» na praia e no campo.
Todavia, a Cidade respirou as Festas Populares com os já tradicionais arraiais onde, uma vez mais, predominou o ambiente bairrista com algum turismo à mistura.
A Arte pôde sempre estar presente e transportar cenários com os quais poderemos estar familiarizados ou, se quisermos, ligados por laços afectivos e culturais.


Joseph

domingo, 31 de maio de 2009

A música popular de intervenção está sempre presente!


O Conjunto Musical "Os Maranos". composto por bons amigos, excelentes músicos instrumentistas e vocalistas , sempre activos, lutando por nobres causas, divulgando a cultura portuguesa e latino-americana e proporcionando agradáveis momentos a todos quantos os escutam e admiram o seu trabalho.
Ei-los numa actuação para incansáveis trabalhadores no local do seu trabalho, algures na Margel Sul.


Joseph

sábado, 30 de maio de 2009

O "28 da (DES)GRAÇA"!


Estamos a chegar ao mês de Junho e com esta chegada começam a movimentarem-se os preparativos para os festejos populares por todo o País.
Ainda estamos muito distantes do São João, em Almada, no Porto e em Braga, e muito mais longe das festas de São Pedro em Sintra e Montijo.
Todavia, as Festas da Cidade de Lisboa, começam, praticamente, no início do mês com eventos da Egeac, ao serviço da CML, com programas de Teatro nos autocarros e Fado nos eléctricos.
Inicialmente só havia Fado nos eléctricos, uma iniciativa da CML presidida por Santana Lopes, com o objectivo de "promover" o Fado e levá-lo à UNESCO e seguidamente por Carmona Rodrigues e António Costa.
Que se saiba, esta, de Teatro nos autocarros, é nova….
Será que é uma ideia de António Costa em ano de eleições?
Talvez para “completar os programas"e dar mais "relevo" às cenas ocorridas no ano de 2008, onde houve de tudo um pouco no “28 da(DES)GRAÇA”!

Joseph

segunda-feira, 18 de maio de 2009

quinta-feira, 14 de maio de 2009

terça-feira, 12 de maio de 2009

Quem tem amigos não morre na cadeia!

O Fado, …esse malandro e vadio!
O tal, que “não conheceu os pais”…
Nem tem certidão de idade!

Afinal, nos tempos que correm, tem muitos amigos e lá diz o velho ditado:
“Quem tem amigos não morre na cadeia”.
Associações, como a Associação dos Amigos do Fado” e os “Amigos do Fado e da Verdade”(?).
Como se sabe, a mentira tem perna curta e só consegue vencer onde a verdade não chega…
Com a chegada da “verdade” o Fado talvez encontre a tranquilidade de ter situação e carreira…
Após ter existido a “Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa”, surgiu o Museu do Fado.
Presumimos que a condição de “locatário” não lhe emprestava segurança e o “despejo” poderia ser irremediável.
Parece-nos que o referido museu é um espaço vivo porque senão poderíamos recear que o Fado viesse a ser “mumificado”!
Só na cultura das sociedades orientais o fatalismo não tem existência real.
Joseph

sábado, 18 de abril de 2009

O cavaquinho.

O cavaquinho, instrumento bracarense por excelência, tomou o nome de "braguinha " na Ilha da Madeira e converteu-se em Ukulele " com a sua chegada às Ilhas do Hawai.

Ukulele na língua nativa significa "pulga saltadeira " o que bem atesta a sua aguda e trepidante sonoridade. tão bem expressa no pulsar do ritmo da gente minhota e patente nas tradicionais festas e romarias.
Entre os talentosos instrumentistas deste cordofone minhoto destacamos o virtuoso "Zé Manel Rei do Cavaquinho" marinheiro português, bracarense de eleição, que na primeira metade do Sec.XX actuou em palcos nacionais e estrangeiros, designadamente no Brasil, onde foi relevante o seu virtuosismo.
É curioso que no Brasil, onde há excelentes executantes e intérpretes deste interessante instrumento, mantém-se o nome original;cavaquinho.
Houve em Braga fieis seguidores na arte de tocar este instrumento regional e poderemos considerar que Nadir e Lima são dignos continuadores da Cultura Popular da Cidade de Braga.





Joseph

terça-feira, 14 de abril de 2009

Japanese great guitarist~shamisen

Cultura musical do Oriente.Extraordinária exibição de shamisen.

Shamisen:Instrumento de cordas japonês.









Shamisen



O shamisen ou siamise é um
instrumento musical japonês, com três cordas, cuja caixa de ressonância tem um tampo de pele de gato. passou a ocupar o lugar do Biwa (antiga balalaica japonesa) nas músicas narrativas pelo seu som mais potente. No século XVI começaram a surgir compositores para o instrumento, que passaram a escrever as músicas em partituras. Começaram a surgir novos campos para o instrumento como o Sankyoku (música para Koto, Sangen e Shakuhachi), o Joruri (música que acompanha o drama do teatro de marionetes Bunraku) e músicas para o acompanhamento do teatro Kabuki. Um dos seus mais famosos instrumentistas é o músico Takahaski Chikuzan, cultor do estilo Tsugaru-jamisen.

Fonte: Wikipedia

Semana Cultural do Japão.

Importante experiência de associação de instrumentos de cordas, o Shamisen, a Guitarra portuguesa e a Viola (Guitarra clássica) com origens tão distanciadas no espaço e tão aproximadas no tempo, que determinou, afinal, uma actuação comum com exposição de temas, diálogos e improvisos, que foram do agrado do público que acorreu ao Auditório do Museu do Fado.

A encantadora voz de Chakkiri Norio, a música de flautas e percussão das instrumentistas japonesas, a dança e a expressão artística oriental, transformaram o sonho em realidade.

Joseph






domingo, 12 de abril de 2009

...


O "clube" e os clubes em Alfama!


Frequentemente acontecem situações confusas em Alfama!
Turistas, nacionais e estrangeiros, procuram um clube de fados, porque lhes indicaram a existência de espaços onde é possível escutar o Fado em ambiente de autêntica cultura popular, onde a espontaneidade, o improviso, a meia-luz e as tais sombras bizarras, apresentam-se com a naturalidade própria da gente que labuta e exterioriza-se manifestando nos seus momentos de folga os sentimentos que lhe vão na alma: alegria, tristeza, protesto ou indignação.
O fadista de Alfama elege as sociedades de cultura e recreio, onde é sócio ou convidado e onde, por tradição e respeito pela estirpe intrínseca dos “alfamistas de lei”, tem sido um exemplo vivo orgulhando-se da sua participação activa.
O movimento associativista de Alfama, apesar de sentir as dificuldades constantes pela prática reiterada do desinteresse dos governantes e autarcas da cidade apostados no desinvestimento nestas instituições culturais, afirma-se pela dedicação dos seus sócios e pelo reconhecimento do carinho dispensado pela população, como tão bem tem sido demonstrado por ocasião das marchas populares.
Nas genuínas colectividades, como no ex-Ginásio de Alfama, no Sportivo Adicense, no Boa-União de Alfama, na Magalhães de Lima, no Lusitano, no Corvense e tantos outros clubes, ao longo de sucessivas décadas, houve inesquecíveis eventos de Fado que deliciaram quem os viveu.
Estes clubes têm um presidente e uma direcção eleita em assembleia-geral. Embora sejam pessoas colectivas de direito privado, muitas delas, quase todas, são consideradas de utilidade pública.
Julgavamos que as entidades ligadas às instituições de cultura, designadamente as empresas municipais, tivessem mais atenção e não cometessem “gafes” como esta a indicar um clube de fados numa placa reguladora do trânsito na capital, sabendo todos nós, ou quase todos, que o referido Clube de Fado é uma empresa particular, cujo proprietário não é o presidente do “clube” e a actividade insere-se no âmbito dos circuitos comerciais.
Será que esta Edilidade da CML procede em conformidade com o interesse público?
Duvidamos.


Joseph

terça-feira, 7 de abril de 2009

"Amália",The Musical of Felipe La Féria,num 14.

Inolvidável "Musical Amália".As maravilhosa composições do Maestro Frederico Valério em cena no Teatro Politeama em Lisboa. anos de 2000 a 2002.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Alfama redescoberta!

Visitar Alfama é visitar a arquitectura, os sons e os odores da Lisboa antiga. Este é um dos bairros mais típicos de Lisboa. Nas suas estreitas e sinuosas ruas encontrará o tesouro escondido de Alfama e nas suas íngremes escadas poderá respirar a alma de Lisboa.

Em Alfama, ainda é possível ver vestígios das ocupações Romana e Árabe, duas das civilizações mais dominantes no passado de Lisboa. As ruas estreitas, resultado da cultura Muçulmana, guiam-se por leis individualistas em que os espaços públicos não são importantes. Estas ruas são uma marca do Corão, onde pouco valor é dado às fachadas em detrimento do interior das casas, que é muito mais valorizado.

Alfama foi em tempos lar de delinquentes, desafortunados ou ingratos e, devido à sua proximidade com o mar, foi também casa de muitos marinheiros.

Reconstruída pela população local depois do terramoto de 1755, Alfama correu o risco de ser demolida, o que felizmente não aconteceu uma vez que esta zona da cidade foi considerada um livro de história viva, onde o passado se mistura com o presente...
Excerto de um Guia Turístico na Internet.

terça-feira, 24 de março de 2009

sábado, 14 de março de 2009

ahh fadistas........

Migalhas ao Povo!
Mesmo procurando impor outros cenários o tratamento é sempre o mesmo!

Fado para uns "fadário" para outros!

Voltamos novamente ao Fado e desta vez para recordarmos o que foram as iniciativas dos eventos ligados à realização das Festas da Cidade em 2008.
A CML costuma delegar competências à Egeac, e esta, por sua vez, no que toca à organização destinada aos fados para a “populaça”, que desde o mandato de Santana Lopes costuma ser nos carros-eléctricos, encarrega alguém que normalmente não canta não toca nem assobia, e assim, num âmbito ad-hoc, improvisam-se os “surpreendentes espectáculos”, quer na carreira 28-E da Carris quer noutras similares, com a espontaneidade peculiar que se pode adivinhar ou conhecer através de um vídeo da SIC, mostrado neste Blog.
Este desígnio, porque é de um populismo vantajoso, foi posteriormente seguido por Carmona Rodrigues e António Costa.
No ano em que Santana Lopes teve a “brilhante ideia” destes eventos realizaram-se espectáculos de Fado no Casino Estoril, para gente vip, com os mais destacados artistas do “estrelato” do Fado, onde não deveriam ter faltado o champanhe, a lagosta e o caviar. Nesse mesmo ano Santana Lopes anunciou a promessa de propor na Unesco, que o Fado passasse a património da cultura universal.
Gente fina é outra loiça!
Entretanto a plebe, divertiu-se num “amarelo da Carris”, com os apertões dos incautos passageiros, com a trepidação do “fazer e desfazer das agulhas”, com o ruído do trânsito, pelo preço de um bilhete simples ou pela utilização do passe social.
“Porrada” houve, mas ao menos que permitissem que os fados fossem acompanhados com o tradicional chouriço assado regado com o tinto do Cartaxo…
Ainda dizem que o Fado é a canção nacional. Deveria ser se não fosse para filhos e enteados.
Com a estratificação social que conhecemos a Cultura não está ao alcance da população com magros rendimentos.
Mais do que um fado; é um “fadário” imposto pelas classes dominantes.