quinta-feira, 2 de julho de 2009

Coentros e rabanetes...não vão à mesa do rei!

Publicado em:Rotas & destinos-Maio de 2009
(Clique na imagem)

O requinte manifestado nos gostos, nas preferências, nos critérios de escolha ou rejeição, poderá caracterizar o indivíduo, artista ou não, sendo perfeitamente dispensável qualquer tipo de discussão sobre assuntos que poderemos considerar de natureza pessoalíssima.
Na esfera social do «estrelato» programam-se atributos e acessórios possíveis e necessários para quem se propõe ser um «único a alcançar a meta»!
As referências às origens, ou raízes, não são aqui obrigatoriamente imprescindíveis.
Há fenómenos que acontecem na mundanidade, e os artistas, seguramente também os fadistas, não ficam imunes aos esquemas que o sistema tece sobretudo quando é preciso moldar uma identidade adequada aos fins que prosseguem.
Causa-nos surpreendente estranheza o facto de o artista entrevistado sugerir, ou recomendar, três restaurantes em Lisboa, com a indicação dos nomes, moradas e números de telefone (para ver, p. f., clicar na figura) sabendo que num universo de mais de meia centena de “casas típicas de Fado”, só em Lisboa, algumas delas credenciadas há mais de meio século, por prestigiadas entidades nacionais e estrangeiras, onde trabalham artistas intérpretes de inegável valor que não deixam os seus créditos por mãos alheias…
Para além de uma publicidade gratuita, para não dizer enganosa, é posta em causa a credibilidade desses estabelecimentos e dos seus elencos de artistas e poderemos de certo modo inferir que não é muito sensato tentar marginalizar e excluir tantos e bons “obreiros” de uma actividade de cultura popular portuguesa conjugada com os primores da nossa gastronomia.
O Fado foi, é e será, dados os requisitos que lhe estão subjacentes, em ambiente de silêncio e pouca luz, espectáculo singular e uma questão de apreciação indiscutivelmente subjectiva.


Joseph

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