Sónya Silva: Uma promessa ou uma realidade?

No passado Sábado dia 26 realizou-se em Oeiras. no parque dos Poetas, um evento comemorativo da passagem dos militares expedicionários em Timor e que juntou mais de trezentas pessoas.

Houve animação cultural portuguesa e timorense, com cânticos, música de dança. dança guerreira, canções e fados.

Num auditório especialmente dedicado para o efeito houve uma "Sessão de Fados" que teve a participação de vários fadistas e de duas parelhas de guitarristas.

Estiveram presentes; a fadista Carolina Tavares e os guitarristas Luís Ribeiro e Jaime Martins, a fadista Sónya Silva, Eurico Pavia, Carlos Maia e outros, com os guitarristas José Braga e Francisco Borges.

Todos agradaram à assistência, muito interessada, todavia, Sónya Silva primou pela graça das suas interpretações e, naturalmente, pela revelação de um talento prometedor.

"Canta quem sabe e quem sente"!

“Canta quem sabe e quem sente”! 
 Deveria ser esta a norma orientadora que deveria estar sempre presente nas noites de fados a fim de melhor contribuir para um equilíbrio aceitável em termos de qualidade, que tanto é exigido a profissionais como a amadores.
 Acontece, muitas vezes, que, há quem saiba cantar, e pouco ou nada sinta… e há quem não sabe, ou pouco sabe, mas sente bastante e gosta de contar as histórias que os poetas populares escreveram para ser acompanhadas à guitarra e à viola. Também no Fado, especialmente naquele que consideram o “Fado vadio”, o «povo é quem mais ordena» e a preferência do público é determinante.
 É todavia inaceitável que haja quem se aproveite das situações, que não sabe cantar, não sente a importância da mensagem poética, a função de um convívio fadista, e não respeite o trabalho de quem está empenhado em proporcionar momentos de cultura e lazer! 
…tudo isto existe tudo isto é fado…

Fado, Manuel Inácio, "Tempos de criança"

Manuel Inácio também participou na "Noite de Fados" cantando os "Tempos de criança"!

Fado, Artur Batalha, "Marcha do Correeiro" - "?"

Artur Batalha: "Um tesouro popular de Alfama"!

João Silva, "Fado Oliveira" - "A rosa que eu desfolhei"

João Teixeira, "Fado Modesto" - "Porque morreu a Severa"

Uma voz popular, de bom fado, na «Noite lisboeta»!

Contributo para uma ampla discussão enviado para o Canadá.*

Cumpre-me dar algumas achegas, ao que por vezes sobre o assunto em questão é apresentado, tendo em conta algum rigor, a hermenêutica e a heurística assim o determinam, a fim de não especular com regionalismos ou algum chauvinismo.

A chamada guitarra portuguesa apareceu muito depois da revelação do fado como elemento cultural de apoio à Poesia.

"O fabrico do instrumento ( considerado como cítara, de acordo com Frei Philipe de Caravel, Sec XVI) desenvolve-se em Braga, graças à prosperidade daquele centro eclesiástico que se manteria até ao início de Sec.XIX, destacando-se a figura do construtor Domingos José d'Araújo.

São da época também as primeiras composições para guitarra inglesa, por António Pereyra da Costa, Manuel José Vidigal e António Silva Leite, este último autor do único método para este instrumento. publicado em 1796" (Registos do Museu do Fado, em Lisboa).

Concluindo:

O Fado revela-se no Sec. XIX, mais precisamente em 1834, durante as Guerras Liberais, tem expressão em Lisboa, com presença no teatro,nos cafés, tabernas e barbearias.É levado para Coimbra pelos estudantes que para aí se deslocam.Lisboa só tem Universidade em 1913 com o Governo do Dr. Afonso Costa.

Os Poetas sabem dizê-lo melhor do que eu.

Um abraço de amizade a todos os colaboradores desta discussão.

José Braga

* Discussão iniciada pelo construtor de guitarras Nuno Cristo

Artur Batalha, "Fado CUF" - "Qualquer coisa que me anima"

Anabela Silva, "Fado Tango" - "Na capelinha da Guia"

Fado, José Luís (Pintarolas), "Leio em teus olhos"

Alice Nunes, "Fado Britinho" - "Foi na travessa da palha"

Quim Cigano, "Marcha do Marceneiro" - "Fado do Cartaz"

Fado, Inês Ribeiro, "A minha rua"

A tradição fadista no Sportivo Adicense em Alfama!

Após ter realizado três sessões de Fado durante os meses de Abril e Maio do corrente ano, o Adicense, como continuador da tradição fadista em Alfama, realizará , no próximo Sábado dia 26, pelas 21.00 horas, mais uma sessão de autêntico convívio dos seus associados e amigos convidados.

Fado, Jaime Alves, "Marcha do Correiro" - "Alfama - Maurício"

Helena Martins, "Fado Perseguição", "As minhas penas - M.T. Noronha"

Fado, Jaime Alves, "Leio em teus olhos"