domingo, 23 de novembro de 2008

O Fado "vadio"!


O conceito de "fado vadio" permanece entre nós de uma forma um tanto ou quanto bizarra, e à falta de um melhor argumento, parece , à primeira vista, de que quem canta o Fado, ou toca qualquer instrumento de cordas com ele relacionado,ou simplesmente é um "fado adict", enveredou por uma actividade marginal.

A título de informação achamos pertinente esclarecer o que dizem os dicionários, designadamente o Dicionário Lello Ilustrado:

"Vadio:vagabundo.O que não tem ocupação ou não faz nada.Ocioso, tunante.Próprio de gente ociosa...".

Não vale a pena estarmos a investigar de quem partiu a ideia a fim de constituir um conceito para quem o quiser adoptar.

O Fado , popular, amador, cantado e tocado por quem não quer ou acha que não deve abraçar uma vida profissional, com situação e carreira, cada vez mais ameaçada de precariedade, é uma expressão de autêntica cultura e a mais fiel expressão dos sentimentos da lusa gente, com a vantagem de não ser agrilhoado por "tutelas" de todos os matizes.

Os fadistas amadores , os tais "vadios", depois de horas de trabalho, nos campos nas fábricas, na repartição pública ou na escola, deliciam-nos com a sua arte em espaços conseguidos para esse fim.

Assim aconteceu na noite de 08 de Novembro no Salão dos Bombeiros Voluntários de Lisboa.


Joseph


domingo, 26 de outubro de 2008

12-

Amália foi única e continua a sê-lo.
No seu tempo , hoje e sempre!

O Musical Amália de Filipe La Féria.

Apesar de ter sido "rodado" em 1999, na cidade do Funchal, na Ilha da Madeira, com alguns artistas que vieram, mais tarde, integrar o elenco renovado em Lisboa, foi efectivamente na capital, no Teatro Politeama, em Julho de 2000, que o musical incorporou na encenação, nas componentes técnicas e artísticas, uma mais-valia que o público extraordinariamente reconheceu com uma afluência ímpar e com sucesso nas bilheteiras.

Participaram nesta obra cerca de uma centena de trabalhadores empenhados;actores, músicos, figurantes, técnicos e toda uma equipa de serviços de administração e apoio.

A Orquestra era composta; pelo pianista, Mário Rui,o baterista, César Medeiros, o viola-baixo, Frederico Gato, os violistas,Miguel Ramos e José A. Carvalhinho, (Coordenador), os guitarristas;Arménio de Melo,João Núncio e José Braga.

Além de ter actuado na Orquestra, como músico de conjunto, José Braga interpretou um diálogo com Alexandra na cena da ceia dos guitarristas no "Estúdio da Valentim de Carvalho"!

O guitarrista José Braga actuou em mais de quinhentos espectáculos;no Politeama, em Lisboa, no Coliseu do Porto, em Pombal, no Teatro -Cine,novamente no Porto, no Coliseu.

Durante este tempo, estiveram na Orquestra, também, os violistas ; Pedro Mourato e Paulo Feiteira.

Para além do valor individual de artistas com projecção reconhecida, Alexandra, Carlos Quintas, Henrique Feist, Mariema e muitos outros há que realçar todo um colectivo com valor.

Todo este trabalho foi admirado pelo público e poder-se-a´considerar que constituiu um contributo importante para uma mais abrangente divulgação de Amália e da Cultura Portuguesa.



Joseph

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Nevada - 'Neste barco à vela' (Portugal 87 Preview)

Na Ilha da Madeira!
Tanto mar, tanto mar!

Nevada - Neste barco à vela (Portugal Eurovision 1987)

A "Embarcação" em Bruxelas no primeiro ano em que Portugal passou a fazer parte da CEE.

Eurovision Portugal 1987 - Preview - Nevada

"NESTE BARCO À VELA" Por "mares" nunca dantes navegados!

"Neste barco à vela"

Corria o ano de 1986, e no último trimestre, Jorge Mendes e Alfredo Azinheira autores da música e da letra duma interessante canção, "Neste barco à vela", convidaram o guitarrista José Braga e o pianista Carlos Canelhas para prepararem uma "maquete musical" a fim de concorrerem ao Festival da Canção RTP, que se veio a realizar, mais tarde, em 8 de Março de 1987, no Casino do Funchal na Ilha da Madeira.
A gravação, para esse efeito, foi realizada numa garagem, em Pedrouços, e depois, de entre 227 canções concorrentes a referida canção classificou-se em 6º lugar.
Efectivamente só havia seis canções apuradas para o Festival no Funchal,
O projecto foi concebido com dois cantores, dois guitarristas e duas vozes femininas ; a Fernanda e a Isabel.
Houve necessidade de se encontrar mais um guitarrista e conctataram o Manuel Martins (Manelito) que hoje está na Severa, que não poderia aceitar porque estava com vínculo efectivo no "Botequim do Rei" no Parque Eduardo VII.Foi também contactado o Paulo Jorge,que estava a prestar serviço militar no Quartel de Adidos, na Ajuda, e não poderia ser dispensado por questões relacionadas com a disciplina militar.
A Produção da RTP sugeriu então, o guitarrista Mário Pacheco, hoje proprietário de um Retiro de Fados com o nome"Clube de Fado" e, com os necessários ensaios, com orquestração de Ramon Galarza, o "barco" foi conduzido a bom porto e venceu.
Em Maio do mesmo ano de 1987 a canção "embarcou" para Bruxelas para concorrer ao Festival da Eurovisão. Entre 22 concorrentes classificou-se em 18º lugar.Obteve votos da Espanha, Alemanha e Grécia.Ganhou a Irlanda. Ficaram na "cauda"; Áustria, Espanha, Luxemburgo e Turquia.
Foi dirigente de orquestra da nossa canção, o ilustre Maestro Jaime de Oliveira.
Os "tripulantes" desta interessante embarcação continuam a "navegar em mares diferentes", sujeitos a ventos muitas vezes hostis, mas agarrados à Bússola para não perderem o Norte!
Joseph