sexta-feira, 8 de junho de 2012

Pode haver saldos...mas não há «canjas»!



Os músicos , da música erudita, da música popular, já não falando da música sacra porque esta está praticamente afastada dos circuitos comerciais, organizam-se em estruturas de classe para promover os seus interesses e defender os seus direitos
 Em Portugal, e no conjunto dos países europeus, é tradicional haver sindicatos para, através de convenções existentes nas relações laborais, elaborar CCT’s a fim de os negociar com as entidades patronais filiadas em associações. 
Presentemente há artistas a trabalhar como independentes, a «recibos verdes», e «à la carte» em situações mais do que precárias. 
Como é sabido, excluindo as orquestras existentes, praticamente estão extintas as relações laborais nos sectores da música ligeira. Não existem associações profissionais capazes de impor uma regulação neste ramo de actividade cultural muito ligado ao turismo e à restauração. 
Em Angola, um país que adquiriu a sua independência há 36 anos, uma jovem nação, os artistas tem projectos de estatutos e propostas negociadas com o governo que prevêem a existência de artistas profissionais, semiprofissionais e amadores com as respectivas atribuições e competências. 
No Brasil existe a Ordem dos Músicos, tal como em Portugal existem as ordens dos advogados, dos médicos, dos enfermeiros e de outras profissões o que obriga a que os profissionais estejam vinculados a uma conduta ética e deontológica. 

 Possivelmente, não há ninguém a pensar realizar uma ideia destas e a recear que surja daí uma «desordem» …

 O que é facto é que a desordem está instalada e não serve a ninguém.

A presente ilustração prova como, mesmo utilizando termos de bom humor, os músicos brasileiros são capazes de parodiar com as «tarefas» dos espectáculos, com o oportunismo e com a exploração.

José Fernandes*

*Dirigente do Sindicato dos Músicos de 1992 a 1997

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