terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Origens da Guitarra Portuguesa.



Filiada na cítara europeia do Renascimento,a guitarra portuguesa sofreu importantes aperfeiçoamentos técnicos no início do Sec.XX, conservando, no entanto a afinação peculiar das cítaras, igual número de cordas e a técnica do dedilho própria deste género de instrumento.

Em Portugal, a sua utilização está documentada desde o Sec.XVI. Frei Philipe de Caravel, ao visitar Lisboa em 1582, faz alusão ao gosto dos portugueses pela cítara, a par de outros instrumentos como o adufe, a harpa e a viola.

O Catálogo da Livraria Real de Música de D. João IV (1649) documenta o repertório da cítara e as formações nas quais intervinha, testemunhando o seu êxito internacional.

Na segunda metade do Sec.XVIII chegava a Portugal a chamada "guitarra inglesa", um tipo de cítara europeia modificada por construtores ingleses , alemãese holandeses e acolhida com grande entusiasmo pela nova sociedade burguesa mercantil instalada no Porto.

O fabrico do instrumento desenvolve-se em Braga, graças á prosperidade daquele centro eclesiástico que se manteria até ao início do Sec. XIX, destacando-se a figura do construtor Domingos José d'Araújo.São desta época também as primeiras composições para guitarra inglesa, por António Pereiya da Costa, Manuel José Vidigal e António da Silva Leite, este último autor do único método para este instrumento, publicado em 1796.

Apanágio da grande burguesia, esta guitarra tem uma difusão social limitada, acabando por desaparecer no Sec XIX com a revitalização da cítara popular, entretanto utilizada no acompanhamento do fado de Lisboa, presente no teatro, nos cafés, tabernas e barbearias.


(Excerto de uma publicação da CASA DO FADO e da guitarra portuguesa, na última década do século passado).

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