domingo, 10 de janeiro de 2010

O sentido de humor na fadistagem...


Quem por razões profissionais, ou simplesmente por diletantismo, tem passado noites a fio , durante anos seguidos ou com algumas interrupções, em Casas de Fado, Colectividades de Cultura e Recreio, ou noutros eventos onde haja a coincidência de juntar fadistas , guitarristas e público «aficionado» e parafraseando o ditado que diz: É tão fadista quem canta como quem escuta…, com certeza que terá observado «peripécias» inesquecíveis.
Entre muitas que presenciamos também poderemos contar aquelas que nos são relatadas e dignas de merecer credibilidade.
Assim, muito recentemente, num retiro muito frequentado na Rua dos Remédios, em Alfama, um debutante do Fado, tipo “marialva recauchutado”, e por certo com tendência para alinhar nas cores azuis que caracterizam uma fidalguia «arrumada» pela estabilidade de uma república com um século de existência, experimentou cantar o Fado em moldes amadores e depois de se «desgoelar», tendo sido pouco aplaudido, presumidamente, exclamou:
-Eu canto bem; porque «isto é de raça», pois tenho Fado nas veias…
Entretanto, o jovem violista que o tinha acompanhado, e que se vira em apuros para colmatar as falhas de ritmo, demasiado descompassadas, e que tinha estoicamente suportado a desafinação daquela voz com pouca ou nenhuma musicalidade, retorquiu com um humor espontâneo:
-Mas, veja bem...
Procure um médico, porque deve ter as veias entupidas e sofrer de aterosclerose e isso é bastante perigoso!
Adm. do Blogue

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